quarta-feira, 28 de julho de 2010

PARA COMPREENDER UM TEXTO

Compreender bem um texto não basta soletrar letras, ler palavras ou frases que o compõem. É indispensável a inserção cultural do leitor, por isso alfabetizar é um ato bem maior, não pode depender apenas da pequenez de uma cartilha.

O leitor deve conhecer as circunstâncias históricas em que o texto foi produzido, quais foram as reações que ele produziu quando foi publicado pela primeira vez.






Palavras homônimas e parônimas


Homônimas: são aquelas que possuem grafia ou pronúncia igual. Exemplos: seção (divisão), cessão (ato de ceder), sessão (reunião, assembleia).

Parônimas: são aquelas que possuem grafia e pronúncia parecidas.

Exemplos: comprimento (extensão), cumprimento (saudação).


Algumas palavras homônimas e parônimas mais usadas

absolver: inocentar, perdoar

absorver: sorver, consumir, esgotar.

acender: pôr fogo, alumiar

acidente: acontecimento casual

incidente: episódio, aventura

apreçar: perguntar preço, dar preço

apressar: antecipar, abreviar

aprender: tomar conhecimento

apreender: apropriar-se, assimilar mentalmente

ascender: subir

acento: tom de voz, sinal gráfico

assento: lugar de sentar-se

acerca de: sobre, a respeito de

cerca de: aproximadamente

há cerca de: faz aproximadamente

acostumar: contrair hábito

costumar: ter por hábito

afim de: semelhante a, parente de

a fim de: para, com a finalidade de

amoral: indiferente à moral

imoral: contra a moral, libertino, devasso

apreçar: ajustar o preço

apressar: tornar rápido

aprender: instruir-se

apreender: assimilar

arrear: pôr arreios

arriar: abaixar, descer

assoar: limpar o nariz

assuar: vaiar, apupar

bucho: estômago

buxo: arbusto

caçar: apanhar animais ou aves

cassar: anular

calda: xarope

cauda: rabo

cavaleiro: aquele que sabe andar a cavalo

cavalheiro: homem educado

cédula: documento, chapa eleitoral

sédula: ativa, cuidadosa (feminino de sédulo)

cela: pequeno quarto de dormir

sela: arreio

censo: recenseamento

senso: raciocínio, juízo claro

cerração: nevoeiro denso

serração: ato de serrar, cortar

cesto: balaio

sexto: numeral ordinal (seis)

chá: bebida

xá: título do ex-imperador do Irã

conserto: reparo

concerto: sessão musical, acordo

coser: costurar

cozer: cozinhar

cheque: ordem de pagamento

xeque: lance de jogo no xadrez

delatar: denunciar

dilatar: alargar, ampliar

desapercebido: desprevinido

despercebido: sem ser notado

descrição: ato de descrever, expor

discrição: reservada, qualidade de discreto

descriminar: inocentar

discriminar: distinguir

despensa: onde se guardam alimentos

dispensa: ato de dispensar

desapercebido: desprevenido

despercebido: que não percebeu

destratado: maltratado com palavras

distratado: desfazer o acordo, o trato

discente: referente a alunos

destinto: que se destingiu

distinto:diverso, diferente

docente: referente a professores

eminente: ilustre, excelente

iminente: que ameaça acontecer

emergir: vir à tona

imergir: mergulhar

emigrar: sair da pátria

imigrar: entrar num país estranho para nele morar

enfestar: exagerar, roubar no jogo, entendiar

infestar: causar danos

esperto: ativo, inteligente, vivo

experto: perito, entendido

espiar: observar, espionar

expiar: sofrer castigo

estático: firme, imóvel

extático: admirado, pasmado

estrato: tipo de nuvem

extrato: resumo, essência

flagrante: evidente

fragrante: perfumado

fluir: correr

fruir: gozar, desfrutar

fusível: aquele que funde

fuzil: arma

história: narrativa de fatos reais ou fictícios

estória (origem inglesa): narrativas de fatos fictícios

incerto: impreciso

inserto: introduzido, inserido

incipiente: principiante

insipiente: ignorante

inflação: desvalorização do dinheiro

infração: violação, transgressão

infligir: aplicar pena

infringir: violar, desrespeitar

intercessão: ato de interceder, de intervir

interseção/intersecção: ato de cortar

laço: nó

lasso: frouxo, gasto, bambo, cansado, fatigado

lista: relação, rol

listra: risca, traço

mal: antônimo de bem

mau: antônimo de bom

mandado: ordem judicial

mandato: procuração

ótico: relativo ao ouvido

óptico: relativo à visão

paço: palácio

passo: passada

peão: aquele que anda a pé

pião: brinquedo

procedente: proveniente, oriundo

precedente: antecedente

prescrito: estabelecido

proscrito: desterrado, emigrado

recrear: divertir, alegrar

recriar: criar novamente

ruço: grisalho, debotado

russo: da Rússia

sexta: numeral

cesta: utensílio de transporte

sesta: descanso depois do almoço

sortir: abastecer

surtir: produzir efeito

tacha: pequeno prego

taxa: tributo

tachar: censurar, pôr defeito

taxar: estipular

tráfego: movimento, trânsito

tráfico: comércio lícito ou não

vadear: passar ou atravessar a pé ou a cavalo

vadiar: vagabundar

vale: acidente geográfico

vale: recibo

vale: do verbo valer

viagem: substantivo: a viagem

viajem: forma verbal: que eles viajem

vultoso: volumoso

vultuoso: atacado de congestão na face

xácara: narrativa popular em verso

chácara: pequena propriedade campestre


Palavras homógrafas


mesma grafia mas com significações diferentes.

A relação abaixo mostra palavras escritas de forma idêntica, mas possuem a sílaba tônica em posição diferente (proparoxítonas e paroxítonas):

crédito (substantivo)- credito (verbo)

crítica (substantivo) - critica (verbo)

cópia (substantivo) - copia (verbo)

filósofo (substantivo) - filosofo (verbo)

sexta-feira, 9 de julho de 2010



Intertextualidade na poesia

Para que a intertextualidade ocorra, tem que existir um texto prévio para que outro texto se construa.
A seguir analisaremos dois grandes poemas da literatura brasileira, Canção do Exílio de Gonçalves Dias e Canto de Regresso à Pátria de Oswald de Andrade.
O texto – base é o de Gonçalves Dias, ou seja, ele é a matriz que originou o de Oswald de Andrade, este é o intertexto.





Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabi á.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

(Gonçalves Dias)

























Canto de regresso à pátria

Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Oswald.jpg (212×291)
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra

Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá

Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo


(Oswald de Andrade)











Intertextualidade












Produção e leitura de texto

Intertextualidade

Quando falamos de intertextualidade estamos falando de uma relação aproximada de dois ou mais textos. Eles podem ou não fazer parte do mesmo período em que foi produzido.

Uma leitura deve ser levada em consideração a relação do texto lido com outros textos, ou seja, é possível perceber se alguém já disse o que estamos lendo. Um texto geralmente mantém essa relação – e o leitor atento perceberá.

Apesar de os contos de fadas serem textos produzidos em grande escala para um público infantil – isso só tornou-se possível graças ao trabalho iniciado por Charles Perraault no século XVll – na ocasião os contos de fadas eram contos falados, ou seja, em forma poética eles não tinham a mesma forma que têm hoje.

Charles Perrault e posterior a ele os irmãos Grimm fizeram uma seleção desses contos e publicaram dando início, dessa forma, a literatura infantil.

O que temos hoje de contos de fadas e contos maravilhosos é herança de um passado, muitas vezes não se sabe o verdadeiro autor nem a origem, mas de uma coisa podemos ter certeza antes de se tornarem novas criações essas histórias já são bem antigas.

As transformações ocorrem quando reescrevemos algo – são acrescentados ou são retirados trechos importantes.

Chapeuzinho Vermelho é um conto de fada bastante conhecido no mundo inteiro – no entanto há versões diferentes dependendo de quem o traduziu – há, ainda, outro fator importante o público alvo e o cinema na contemporaneidade que modifica muito até para facilitar a produção.

Se estamos falando de intertextualidade podemos citar um conto de Guimarães Rosa – Fita Verde no Cabelo – é uma história de uma personagem que lembra Chapeuzinho Vermelho – no entanto para alguns críticos da literatura a vítima é o Lobo. E todo acessório como a fita verde, a cama da vovozinha e o Lobo tem um significado e é justamente aí que devemos ficar atentos à leitura.

Autor – texto – leitor essa relação é muito importante no momento da leitura. Quando estamos aptos para uma leitura mais profunda, dialogamos com o texto e nesse momento que se instala uma relação.

Observe as imagens abaixo: que relação podemos estabelecer entre elas? Quem é o pintor famoso da tela?






















Mona Lisa Leonardo da Vinci Marcel Duchamp 1919








Mona Lisa - Fernando Botero Propaganda Publicitária
1978