O prazer pela leitura
Prof. Sebastião Miguel
Por onde passamos os nossos
olhos, por rápidos que sejam, vislumbramos com informações de todos os tipos,
cores e tamanhos; os mais variados gêneros de textos e formas midiáticas,
impressas ou rabiscos para todos os gostos e idade, e quem sabe o sexo.
A leitura depende de cada um,
cada pessoa tem seu encanto por determinada forma de linguagem, escrita ou
simplesmente falada. Quem já não ouviu nas ruas o carro da pamonha, dos ovos,
das sardinhas; a buzina do entregador de gás, do pão?
Dentro da escola, apesar de
tantas informações, a linguagem simplesmente deixa de ser democrática quando
impera a autonomia do professor de língua portuguesa que corrige tudo que está
fora dos padrões normativos da gramática. Será que não acaba podando as crianças de agirem naturalmente? Onde
afinal está o ensino de leitura? A leitura permite todo esse emaranhado de
dizeres populares, permite também que sejamos mediadores de uma leitura
reflexiva, isto é, refletir sobre determinada
linguagem, não a transformando,
mas comparando-as variadas formas de dizer e comunicar algo.
A leitura é feita por quem
entende bem de gramática e por quem detesta gramática. Ela não tem muita
afinidade com a norma padrão, mas a respeita; principalmente quando se trata de
textos que exigem uma linguagem mais formal, daquelas que encontramos em
artigos de opinião, por exemplo. Não justifica, entretanto, que esta mesma
linguagem seja empregada numa crônica, ou em um conto, numa letra de música,
num poema ou em outro texto menos formal.
O prazer pela leitura é algo
vital. Não se deve ler por obrigação. Temos que criar hábito espontâneo como
sentar à mesa e tomar nosso café da manhã. Ler um jornal, um bilhete pregado na
porta do refrigerador, uma marca de batom no espelho do banheiro ou
simplesmente uma mensagem deixada nos e-mails ou facebook.
A troca de informação requer que
sejamos autoeficientes também na leitura como ferramenta de interação. Dessa
forma não há simplesmente apenas uma forma de falar e escrever enunciados, mas
uma grande quantidade de textos que circulam na sociedade e, eles, são tão
variados, que não sabemos quantos modelos de gêneros possa existir. Então,
caro, leitor convido você a descobrir qual é a melhor forma de leitura.