quarta-feira, 6 de outubro de 2010

prova concurso

INSTRUÇÕES
FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS
Agosto/2007
Professor Titular de Ensino Fundamental II
Português
Concurso Público para Provimento de Cargos de
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO - PMSP
Secretaria Municipal de Gestão - SMG / Secretaria Municipal de Educação - SME
A C D E

- Verifique se este caderno:
- corresponde a sua opção de cargo.
- contém 60 questões, numeradas de 1 a 60.
- contém as três questões da Prova Dissertativa e respectivo espaço para os rascunhos.
Caso contrário, reclame ao fiscal da salaumoutro caderno.
Não serão aceitas reclamações posteriores.
- Para cada questão existe apenasUMAresposta certa.
- Você deve ler cuidadosamente cada uma das questões e escolher a resposta certa.
- Essa resposta deve ser marcada naFOLHADERESPOSTASque você recebeu.
VOCÊDEVE:
- procurar, na FOLHADERESPOSTAS, o número da questão que você está respondendo.
- verificar no caderno de prova qual a letra (A,B,C,D,E) da resposta que você escolheu.
- marcar essa letra naFOLHADERESPOSTAS, conforme o exemplo:
- transcrever as respostas da Prova Dissertativa na Folha de Respostas apropriada, no espaço destinado à
questão.
- Marque as respostas primeiro a lápis e depois cubra com caneta esferográfica de tinta preta.
- Marque apenas uma letra para cada questão, mais de uma letra assinalada implicará anulação dessa questão.
- Responda a todas as questões.
- Emhipótese alguma os rascunhos das questões da Prova Dissertativa serão corrigidos.
- Não será permitida qualquer espécie de consulta, nem o uso de máquina calculadora.
- Você terá 4 horas e 30 minutos para responder a todas as questões objetivas e preencher a Folha de
Respostas, bem como para responder as questões da Prova Dissertativa e transcrever as respectivas
respostas na Folha de Respostas correspondente.
- Ao término da prova, chame o fiscal da sala para devolver o Caderno de Questões, a Folha de Respostas da
Prova Objetiva, bem como a Folha de Respostas da Prova Dissertativa.
- Proibida a divulgação ou impressão parcial ou total da presente prova. Direitos Reservados.
ATENÇÃO
Conhecimentos Gerais
Conhecimentos Específicos
Dissertativa
P R O V A
____________________________________________________
Caderno de Prova, Cargo C03, Tipo 001
0000000000000000
00001−0001−001
Nº de Inscrição
MODELO

CONHECIMENTOS GERAIS

1. A Constituição Federal de 1988 (art. 206) estabelece que
o ensino será ministrado com base nos seguintes
princípios:
I. igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola;
II. gratuidade do ensino fundamental em qualquer
estabelecimento, para os alunos pobres;
III. pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV. liberdade de aprender, ensinar e pesquisar;
V. gestão democrática, dos ensinos público e privado;
VI. garantia de padrão de qualidade.
É correto o que se afirma APENAS em
(A) I, II e V.
(B) I, III e VI.
(C) II, III, IV e V.
(D) I, III, IV e VI.
(E) II, IV, V e VI.
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2. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) − Lei no 8.069/90 − no seu art. 15, “a criança e o
adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à
dignidade como pessoas humanas em processo de
desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis,
humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis”.
Nos termos da lei, o direito à liberdade compreende, entre
outros, os seguintes aspectos:
(A) ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
comunitários, ressalvadas as restrições legais;
opinar e expressar-se e buscar refúgio, auxílio e
orientação.
(B) ter uma crença e participar de culto religioso,
acompanhada de pais ou responsáveis, quando
menor de doze anos e participar da vida política, a
partir dos dezoito anos.
(C) ter acesso aos bens culturais, cabendo a censura a
seus responsáveis, conforme legislação complementar,
e ser matriculado na rede regular de ensino.
(D) participar da vida familiar e comunitária desde que
em ambiente livre da presença de pessoas
dependentes de substâncias entorpecentes.
(E) participar nos estabelecimentos públicos de ensino,
da definição de critérios avaliativos praticados pela
escola e recorrer ao Conselho de Escola e órgãos
superiores quando se sentir prejudicado.

3. 'Aprender a aprender' (noção vinculada a 'autoaprendizagem',
'educação permanente', 'autodidatismo') é
um lema corrente no discurso educativo.
Porém, segundo Rosa Maria Torres, pouco tem sido feito
concretamente, nesse terreno, visando assumir esse
objetivo porque parte substancial do aprender e da
possibilidade de aprimorar a própria aprendizagem exige,
por parte do professor, as seguintes ações:
I. refletir sobre a própria aprendizagem;
II. tomar consciência das estratégias e dos estilos
cognitivos individuais;
III. reconstruir os itinerários seguidos;
IV. identificar as dificuldades encontradas e os pontos
de apoio que permitem avançar.
V. propor atividades dinâmicas para casa, como a
pesquisa via Internet.
É correto o que se afirma APENAS em
(A) I, II e V.
(B) I, III e IV.
(C) I, II, III e IV.
(D) II, III, IV e V.
(E) II, IV e V.
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4. Para Antoni Zabala, aprender significa
(A) assimilar um determinado conhecimento ensinado,
de forma a conseguir reproduzi-lo nas várias
situações de avaliação.
(B) obter conteúdos novos que devem ser trabalhados
sistematicamente para possibilitar a assimilação
destes pelo aluno.
(C) adquirir conhecimentos e habilidades que permitam
a construção de novos conhecimentos.
(D) construir o seu próprio conhecimento a partir da
utilização de habilidades e competências específicas.
(E) elaborar uma representação pessoal do conteúdo
objeto da aprendizagem, fazê-lo seu, interiorizá-lo,
integrá-los nos próprios esquemas de conhecimento.
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PMSPP-Conh-Gerais1 3
5. Cabe a nós, professores, fazermos com que o aluno se
mostre por inteiro, não só nos seus conhecimentos
cognitivos, mas que compartilhe seus saberes e vivências
diárias mantendo uma relação de respeito, a partir das
diferenças, dos problemas e dos conhecimentos
próprios...
(Carmen Brunel)
Nesse contexto, Paulo Freire nos afirma que ensinar
(A) é um ato de transferir conhecimentos úteis à vida do
educando; portanto, faz-se necessário diagnosticar a
sua realidade cognitiva, incorporando os saberes
não formais.
(B) exige respeito aos saberes dos educandos e à
possibilidade de associar as disciplinas estudadas
as suas realidades concretas.
(C) é transformar os conhecimentos do senso comum,
em conhecimento verdadeiro, pois a cultura da elite
é um direito de todos.
(D) é um ato de humildade, onde o educador precisa
valorizar e reconhecer como válidos todos os
saberes dos educandos.
(E) exige uma formação técnica do educador, para que
este possa ensinar para além dos saberes das
vivências dos educandos, afirmando a supremacia
da tecnologia e da ciência.
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6. A consciência se reflete na palavra como o sol em uma
gota de água. A palavra está para a consciência como o
pequeno mundo está para o grande mundo, como a célula
viva está para o organismo, como o átomo para o cosmo.
Ela é o pequeno mundo da consciência. A palavra
consciente é o microcosmo da consciência humana.
Segundo Vygotsky,
(A) o pensamento e a linguagem são a chave para a
compreensão da natureza da consciência humana.
(B) o desenvolvimento da linguagem e do pensamento
representam funções isoladas, que permitem a
construção da consciência.
(C) o pensamento e a linguagem são concebidos como
dois processos em relação externa entre si, como
duas forças independentes e formadoras da
consciência.
(D) o significado da palavra é um fenômeno do
pensamento que gera por si, a consciência.
(E) a palavra é independente do pensamento, pois ela e
seu significado não estão no campo do
desenvolvimento e da formação da consciência.
7. Segundo Castorina, o processo de desenvolvimento
intelectual, explicado por Piaget pelo mecanismo de
equilibração das ações sobre o mundo, precede e coloca
limites aos aprendizados, sem que estes possam influir
sobre aquele.
Para Vygotsky, a aprendizagem
(A) é resultado do desenvolvimento intelectual por meio
da assimilação de conteúdos.
(B) requer a constituição de sistemas estruturais como
caminho para o desenvolvimento da inteligência.
(C) prescinde, fundamentalmente, da relação do objeto
com o meio físico.
(D) interage com o desenvolvimento, onde as interações
sociais e o contexto sociocultural são centrais.
(E) está relacionada diretamente ao desenvolvimento
cognitivo, e este é processado tanto pelo meio físico
como pelo social.
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8. Queremos que os professores sejam pensantes,
intelectuais, capazes de gerir a sua ação profissional.
Queremos também que a escola se questione a si própria,
como motor de seu desenvolvimento institucional (...) Mas a
reflexão, para ser eficaz, precisa ser sistemática nas suas
interrogações e estruturante dos saberes dela resultantes.
Uma ação metodológica para servir a esse objetivo,
proposta por Isabel Alarcão, é a
(A) etnografia crítica.
(B) pesquisa participante.
(C) pesquisa-ação.
(D) instrução programada.
(E) dinâmica de acerto e erro.
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9. O Planejamento é um processo de conhecimento e de
análise da realidade escolar em suas condições
concretas, tendo em vista a elaboração de um plano ou
projeto.
(Libâneo, Oliveira e Toschi)
O projeto é um documento que formula metas, prevê
ações, institui procedimentos e instrumentos de ação e
propõe
(A) esforço coletivo temporário empreendido para
alcançar um objetivo.
(B) direção política e pedagógica para transformar o
trabalho escolar.
(C) respostas a um problema concreto por meio de
técnicas construtivistas.
(D) construção partilhada entre a coordenação
pedagógica e especialistas.
(E) a utilização dos conhecimentos acumulados dos
professores pelo seu caráter inovador.
10. Ler é entrar em outros mundos possíveis. É indagar a
realidade para compreendê-la melhor, é se distanciar do
texto e assumir uma postura crítica frente ao que se diz e
ao que se quer dizer, é tirar carta de cidadania no mundo
da cultura escrita...
Delia Lener afirma que para além do papel do professor
na formação do aluno leitor, o desafio de dar sentido à
leitura tem uma dimensão
(A) cultural, pois nem todos os alunos apresentam gosto
pela leitura.
(B) econômica, pela dificuldade de aquisição de livros.
(C) formativa, pela falta de salas de leitura.
(D) gerencial, ao não definir os professores
responsáveis.
(E) institucional, via elaboração de projetos.
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11. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases de Educação
Nacional (LDB − Lei no 9.394/96), os docentes estão
incumbidos de:
(A) participar da elaboração da proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino, garantindo sua
adequação às Diretrizes Nacionais Curriculares
fixadas na forma da lei.
(B) estabelecer estratégias de recuperação para os
alunos de menor rendimento, por meio de projeto
aprovado pelo Conselho de Escola.
(C) definir, juntamente com seu pares, o calendário
escolar, respeitado o número mínimo de dias letivos
e da jornada escolar definidos na lei.
(D) informar o Conselho Tutelar sempre que o direito
público subjetivo dos alunos não for respeitado, em
especial, os casos de maus tratos.
(E) ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos,
além de participar integralmente dos períodos
dedicados ao planejamento, à avaliação e ao
desenvolvimento profissional.
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12. Em relação à avaliação formativa, Jussara Hoffman vai
nos alertar que o entendimento de muitos acerca da
denominação “formativa” se reduz à questão processual
dessa concepção − acompanhar o aluno durante o
processo “em formação” (...) resultavam novas práticas
que não significavam mudanças de concepção. Aplicar
vários testes ao longo de um bimestre, mas corrigir todos
eles ao final, por exemplo, é um procedimento
classificatório.
A essência da concepção formativa está no envolvimento
do professor com seus alunos e na tomada de consciência
acerca do seu comprometimento com o progresso deles
em termos de aprendizagem, ou seja, na
(A) importância e natureza da intervenção pedagógica.
(B) aprendizagem reflexiva dos conteúdos escolares.
(C) inovação das práticas avaliativas, enquanto
motivacionais.
(D) predisposição do educador em preparar instrumentos
competentes e variados para a avaliação.
(E) realização de diagnóstico inicial que identifique os
avanços progressivos de seus alunos.
13. É possível, no ensino habitual, favorecer experiências e
inovações pedagógicas desde que estas não ignorem o
sistema de avaliação.
Segundo Perrenoud, a avaliação tradicional, assim como a
transposição didática da qual faz parte, impedem o
desenvolvimento
(A) da formação docente e do planejamento coletivo.
(B) de preconceito contra alunos lentos.
(C) da avaliação diagnóstica.
(D) de pedagogias ativas e diferenciadas.
(E) da indisciplina nos trabalhos em classe.
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14. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), o
professor deve realizar a avaliação por meio de
(A) provas e trabalhos escritos, individuais ou em
grupos.
(B) observação sistemática, análise de produções e
atividades específicas.
(C) multiplicidade de processos, garantindo-se, bimensalmente,
ao menos três modalidades diferentes.
(D) avaliação diagnóstica e do final do processo,
garantindo-se espaço pedagógico para a autoavaliação.
(E) testes padronizados que permitam análise
longitudinal do desempenho escolar.
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15. É muito comum dentro de um bairro ou de uma
determinada comunidade encontrar grupos que praticam
outras religiões e que chamam a polícia para interromper
uma cerimônia de candomblé ou de umbanda que
acontece durante a noite ou madrugada. No entanto,
muitas vezes, esses mesmos grupos que denunciam,
realizam os seus cultos até altas horas da noite (...)
utilizando-se de som extremamente alto, instrumentos
musicais como guitarras elétricas e baterias, realizando
orações em voz extraordinariamente alta e incomodando
toda a comunidade...
(Munanga e Gomes)
Para os autores, esse fato ilustra a existência de
(A) conflito religioso.
(B) diversidade religiosa.
(C) intolerância religiosa.
(D) divergência entre cultos.
(E) disputas religiosas.
16. "Não jogar lixo nas ruas", "É a cegonha que trouxe meu
irmãozinho", "Por que só os negros foram escravizados?",
"Participar de macumba é coisa do demônio", "Por que o
idoso pode sentar e eu não, se também estou cansado?",
"Por que eu tenho que apanhar sempre do grandão?".
A discussão desses e outros temas que são complexos e
envolvem diferentes conteúdos de cada uma das
disciplinas do currículo escolar é proposta nos PCNs como
Temas Transversais. Eles abrangem:
(A) Pluralidade Cultural, Religião, Estética e Meio
Ambiente
(B) Pluralidade Cultural, Ética, Meio Ambiente e
Orientação Sexual.
(C) Ética, Cultura, Etnias, Estética e Sexualidade.
(D) Meio Ambiente, Ética, Ações Afirmativas e
Diversidade Religiosa.
(E) Orientação e Diversidade Sexual, Ecologia, Estética
e Cultura.
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17. A proposta de organização do ensino em ciclos de dois
anos, presente nos PCNs para o Ensino Fundamental, é
justificada no corpo do documento:
(A) por se apresentar como melhor alternativa tendo em
vista o desenvolvimento cognitivo dos alunos e seus
ciclos de formação.
(B) pela incapacidade da escola em reconhecer os
tempos de aprendizagem dos alunos, em especial
os das crianças pobres.
(C) pelo fracasso de tentativas de organização do
ensino em períodos maiores, quando foi constatado
que os alunos podem ser promovidos apesar de
dominarem poucos conteúdos.
(D) pela limitação conjuntural em que estão inseridos e
não por justificativas pedagógicas, portanto, não
deve ser considerada como decorrência dos
princípios e fundamentações dos PCNs.
(E) por ser orientação de organismos internacionais e
reduzir de forma significativas a reprovação e a
evasão escolares.
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18. Em relação à LIBRAS, reconhecida legalmente a partir de
2002 (Lei Federal no 10.436/2002), pode-se afirmar que:
(A) por se referir a uma modalidade de comunicação
que substitui a língua portuguesa para os que dela
fazem uso, deve ser adotada como linguagem
alternativa à língua portuguesa em todos os
estabelecimentos públicos de educação básica.
(B) se constitui em mecanismo de inclusão das pessoas
portadoras de deficiência visual e de audiocomunicação
e, portanto, deverá ser introduzida como
disciplina optativa nos cursos de formação de
professores.
(C) deve ser introduzida como tema transversal em todas
as escolas que atendam a alunos portadores de
necessidades educacionais especiais, particularmente
os com deficiências auditiva ou visual profunda.
(D) deverá ser componente escolar obrigatório a partir
do segundo ciclo do ensino fundamental;
(E) é a forma de comunicação e expressão, em que o
sistema lingüístico de natureza visual-motora, com
estrutura gramatical própria, constitui um sistema
lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos
de pessoas surdas do Brasil.
19. No documento Recomendações para a construção de
escolas inclusivas, ao se refletir sobre o processo de
aprendizagem do aluno surdo assinala-se que:
(A) é provável que muitos dos objetivos e conteúdos
sejam os mesmos para alunos surdos e ouvintes,
desde que asseguradas formas alternativas de
organização, metodologia e avaliação.
(B) há diferenciação entre os objetivos e os conteúdos
de alunos surdos e ouvintes uma vez que as línguas
usadas para a comunicação tem estruturas lexicais
distintas.
(C) a escola precisa garantir espaços e tempos
diferenciados para que o aluno surdo apreenda a
mesma quantidade e qualidade de informações que
os demais.
(D) não se deve constituir grupos de alunos
heterogêneos na mesma turma, principalmente se
algum for portador de necessidade educacional
especial, tendo em vista a necessidade de
acompanhamento individualizado.
(E) se deve atentar para o uso exagerado de recursos
visuais de comunicação que sirvam de apoio à
informação, pois sua adoção pode traduzir
simplificação exagerada dos conteúdos.
_________________________________________________________
20. De acordo com a Resolução CNE/CP 1/04, que institui as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais, pode-se afirmar que
(A) as culturas africana e afro-brasileira deverão compor
os currículos do Ensino Médio das redes públicas de
ensino.
(B) o ensino da História e de Cultura Afro-Brasileira
deve compor a grade curricular desde a educação
infantil tendo em vista sua paulatina substituição
pelo etno-centrismo.
(C) o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana tem por objetivo o reconhecimento e
valorização da identidade, história e cultura dos afrobrasileiros,
bem como a garantia de reconhecimento
e igualdade de valorização das raízes africanas da
nação brasileira, ao lado das indígenas, européias,
asiáticas.
(D) Nos currículos de história deverão constar
elementos das culturas africanas, indígenas,
européias e asiáticas, como forma de compreensão
da contribuição das diferentes culturas, no processo
de colonização ou libertação das nações, bem como
da solidariedade entre os povos.
(E) é tema transversal obrigatório em todas as
modalidades do ensino fundamental tendo em vista
o combate ao preconceito racial, fortalecendo a
identidade étnica e a auto-estima dos povos negros.

6 PMSPP-Prof.Portugues-C03
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Atenção: As questões de números 21 a 25 referem-se aos verbetes abaixo, extraídos, respectivamente, de um conceituado
dicionário da Língua Portuguesa e de uma coluna de aconselhamento sobre carreira e profissão publicada semanalmente
em uma revista.
carisma s.m. (sXV cf. IVPM) 1 TEOL dom extraordinário e divino concedido a um crente ou grupo de crentes, para o bem da
comunidade 2 soc autoridade, fascinação irresistível exercida sobre um grupo de pessoas, supostamente proveniente de poderes
sobrenaturais 3 p.ana. conjunto de habilidades e/ou poder de encantar, de seduzir, que faz com que um indivíduo (p. ex., um cantor,
um ator) desperte de imediato a aprovação e a simpatia das massas 4 p.ext., fascínio, fascinação
comum> 5 infrm. Obsl. m. q. EPILEPSIA. ETIM. gr. Khárisma, atos ‘graça; favor, benefício’ pelo lat. Charīsma, ǎtis ‘dom da natureza,
graça divina’. SIN/VAR ver sinonímia de epilepsia.
(Dicionário Houaiss da língua portuguesa, 2004)
CARISMA. TAMBÉM CHAMADO DE “magnetismo pessoal”, o carisma é um dom que algumas pessoas têm de agradar à primeira
vista, e sem ter de se esforçar para conseguir isso. A palavra veio do grego kharis, “graça”. Na Ave-Maria, a expressão “cheia de
graça” se traduz, literalmente, como “carismática”.
(Max Gehringer. Não espere seu chefe investir em você, Revista Época, 2 de julho de 2007)
21. No verbete do Houaiss, cada uma das acepções enumeradas
(A) pode ser lida e interpretada isoladamente, posto que elas não formam uma prosa contínua.
(B) corresponde, em relação à acepção que a antecede, a um patamar mais elevado de abstração devido ao grau de
complexidade que hierarquiza as áreas do conhecimento.
(C) contém especificidades relacionadas a usos e origens, razão pela qual se pode dizer que, do ponto de vista semântico,
não mantém vínculo com as outras.
(D) permite ao leitor situar-se em relação ao específico processo semântico que a teria gerado e à específica área do
conhecimento a que ela se aplica.
(E) foi elaborada por meio de uma particular técnica de definição: no verbete, sucedem-se as definições icônica, negativa, por
sinonímia, por extensão e por analogia.
22. Ainda quanto ao dicionário, constata-se no verbete escolhido a presença dos seguintes itens comuns para esse tipo de palavra:
(A) ícone, que descreve visualmente o elemento definido.
(B) variantes de pronúncia e/ou grafia.
(C) entrada, classe gramatical, categoria flexional de gênero.
(D) fontes de que se extraíram definições e abonações.
(E) número cardinal adjungido à entrada, indicando que ela está em relação de homonímia com outra(s).
23. É correto afirmar que, no texto publicado na Revista Época, se nota
(A) o caráter descontínuo dos componentes da definição, tal como ocorre entre as acepções constantes do verbete do
Houaiss.
(B) a estrita referência aos dados relativos à etimologia da palavra, minuciosamente descritos.
(C) perfeita correspondência com o verbete do Houaiss no que diz respeito à apresentação das informações acerca da origem
grega de carismático.
(D) lacuna relativa ao estabelecimento tradicional de equivalências semânticas com outras palavras ou expressões que
parafraseiam os sentidos do termo descrito.
(E) aproveitamento do gênero textual "verbete", com seleção das acepções consideradas pelo autor como mais úteis ao específico
universo a que se refere sua coluna semanal.
24. Encontra apoio em Gêneros textuais e ensino, na noção bakhtiniana de gênero e em preceitos do interacionismo sociodiscursivo
a seguinte afirmação:
(A) O gênero “verbete” encontra sua função social privilegiada no âmbito dos dicionários. Em outros contextos, como revistas
ou enciclopédias, oferece descrição redundante do léxico da língua, o que o torna dispensável.
(B) Textos como o de Gehringer sugerem a mobilização, entre outras, da habilidade de efetuar associações e sínteses, o que
os torna potencialmente úteis para o desenvolvimento de estratégias de leitura e escrita na escola.
(C) Verbetes publicados em revistas comprometem os processos de apropriação da norma culta, pois levam informalidade e
incorreção a um dos últimos gêneros textuais que primam pela preservação dessa variedade da língua.
(D) Textos como o da revista restituem ao verbete a propriedade de explicitação de nexos coesivos, inteiramente ausente no
verbete do dicionário, já que neste não há nenhum encadeamento formal ou semântico na enumeração das acepções e na
listagem das áreas de conhecimento.
(E) Considerando que o escrevente sempre desenha um leitor para o seu texto e que é a revista um dos bens culturais que o
professor costuma adquirir, os verbetes veiculados por periódicos são mais adequados às aulas de Português do que os do
dicionário.

PMSPP-Prof.Portugues-C03 7
25. O uso produtivo de um dicionário pressupõe o conhecimento prévio
(A) da grafia correta da palavra, pois o menor equívoco ortográfico, considerada a ordenação alfabética dessas obras,
remeterá o leitor a homógrafos.
(B) de certos processos morfológicos (como derivação, composição, flexão), que permitem, por exemplo, deduzir o significado
de “carismática” a partir do de carisma.
(C) da acepção buscada, pois uma mesma palavra pode fazer referência a realidades totalmente distintas, como é o caso de
“manga” (parte de um item do vestuário e fruta).
(D) do sentido que a palavra possui no contexto de ocorrência, na medida em que a consulta interfere no necessário processo
criativo de elaboração de hipóteses sobre a relação existente entre expressão e conteúdo.
(E) da função sintática específica em que se considera a palavra, já que os significados dos itens lexicais se alteram em
decorrência do lugar que ocupam na frase.
Atenção: Para as questões de números 26 a 29, considere, além do texto abaixo, seu específico contexto: foi publicado no jornal A
Província de São Paulo, em 4 de janeiro de 1875, em seção intitulada “ANNUNCIOS”.
1
5
10
15
20
25
30
ATHENEO RIO-CLARENSE
Este Collegio destinado á educação de meninos e collocado n’um dos melhores
predios d’esta cidade acha-se aberto á disposição dos srs. pais de familia,
que quizerem honrar-nos com sua confiança.
Recebem-se alumnos internos, meio-pensionistas e externos.
Os internos moram no Collegio e pagam por trimestre adiantados rs. 90$000.
Os meio-pensionistas, que deverão entrar para o Collegio ás nove e meia
horas da manhã e sahir ás sete da noite, pagarão por mez adiantados 20$000.
Os externos de estudos superiores pagarão por mez adiantados 10$000, e deverão
entrar para o Collegio ás nove e meia da manhã e sahir ás tres da tarde.
Os externos do curso primario, que devem entrar e sahir ás mesmas horas,
pagarão por mez adiantados rs. 7$000.
Ensinam-se todos os preparatorios exigidos nas Academias de Direito.
Ensina-se tambem o allemão, desde que haja numero sufficiente para abrirse
uma classe.
Ensina-se igualmente musica e dansa mediante a quantia de 3$000 mensaes.
Os alumnos devem trazer, na occasião em que entrarem para o Collegio, os
objectos seguintes: cama, colchão, travesseiro, um jarro, uma bacia para rosto,
outra para banhos, um ourinol, a roupa necessaria, não só para uso do Collegio
como tambem um parelho mais fino para os dias em que tenham de ir assistir á
qualquer festividade religiosa ou sahir á passeio.
Castigos physicos só serão applicados em caso gravissimo, que possa trazer
a desmoralisação para o Estabelecimento.
Os exames principiarão á 22 de Dezembro, e terminar-se-hão á 24 do mesmo
mez. As férias entram no dia 25 de Dezembro e expiram no dia 25 de Janeiro.
O director tendo feito uma boa acquisição de professores illustrados para leccionar
em seu Collegio, pretende, (uma vez que tenha apoio dos srs. pais) montar
seu Estabelecimento de modo que quando não seja de primeira ordem, ao menos
seja um dos melhores da Provincia, para onde os srs. pais de família não só d’este
municipio como das localidades visinhas possam trazer seus filhos para educaremse
sem grande dispendio e tendo-os mais perto de suas vistas.
Rio-Claro, 1o. de Janeiro de 1875.
O director,
José Gonçalves de Souza.
26. Levando em conta a possibilidade de adquirir informações de um contexto histórico-social a partir de um texto, é correto dizer,
com base no anúncio, que
(A) os pais de família de Rio Claro aceitavam com naturalidade o fato de que seus filhos pudessem ser submetidos a
arbitrários castigos físicos no ambiente escolar.
(B) as Academias de Direito de Rio Claro aplicavam rigorosos testes de ingresso, motivo para a instrução específica em
cursos preparatórios.
(C) o aprendizado do alemão pelos jovens daquela época era exigência dos pais da classe média rural paulista.
(D) as roupas a serem usadas no interior do Atheneo não precisavam ser muito sofisticadas, mas se recomendava maior
elegância em festividades religiosas e em passeios.
(E) o Atheneo Rio-Clarense funcionava em prédio de condições precárias: faltavam móveis e utensílios então considerados
básicos em uma sala de aula.
MODELO − Caderno de Prova, Cargo C03, Tipo 001
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8 PMSPP-Prof.Portugues-C03
27. Rodolfo Ilari e Renato Basso, em O português da gente, afirmam que:
Além de nos trazerem importantes informações históricas sobre a época em que foram escritos, anúncios como esses nos dão
também muitas informações sobre a língua da época [...].
Uma análise da linguagem do anúncio do Atheneo que corrobora essa afirmação é a seguinte:
(A) O vocabulário do século XIX, apesar de não ser incompreensível no século XXI, apresenta algumas especificidades, ou
porque se empregavam palavras ainda hoje comuns em acepções distintas (v. collocado, linha 1), ou porque se utilizavam
itens de improvável ocorrência em textos atuais (v. ourinol, linha 18).
(B) Apesar de não haver diferenças em relação à ordem sintática atualmente impressa aos termos de uma oração, notam-se
inusitados deslizes de concordância no texto oitocentista, como em pagarão por mez adiantados 20$000 e em nove e
meia horas da manhã.
(C) O uso enclítico do pronome pessoal em terminar-se-hão constitui marca característica da Língua Portuguesa do final do
século XIX, expurgada até mesmo dos registros mais formais da modalidade escrita do Português do Brasil do século
XXI.
(D) Diferenças entre a ortografia daquele século e a atual atestam que a pronúncia de certas palavras era diferente, seja no
que diz respeito à quantidade de segmentos fônicos, seja no que se refere à tonicidade das sílabas; é o caso de
applicados, illustrados, dansa, musica, tambem, por exemplo.
(E) As frases Ensina-se também o allemão e Ensinam-se todos os preparatórios ilustram uma permanência: no século XIX e
no atual, elas superficializam diferentes organizações sintáticas subjacentes, por tratar-se, em um caso, de construção
passiva e, no outro, de construção com sujeito indeterminado.
28. A consideração dos padrões ortográficos que hoje empregamos e dos presentes no texto permite concluir:
(A) Os padrões ortográficos ilustram a diferença existente entre alfabetização e escolarização: hoje, os cidadãos escolarizados
são também alfabetizados, mas, no século XIX, a ausência de um conjunto claro de regras ortográficas impedia as
escolas de oferecer plena alfabetização.
(B) A ortografia tem suas regras situadas entre aquelas que constituem a gramática, no sentido chomskiano, da língua, na
medida em que organizam observações sobre fatos, sem qualquer conotação valorativa.
(C) A ortografia é uma norma, uma convenção social. Se é verdade que pode haver regras orientando a forma como se
convencionou escrever certas correspondências letra-som, essas regras são sempre arbitrárias, o que significa dizer que
não têm em si um sentido de necessidade.
(D) As normas ortográficas, ao longo da história, tendem a se tornar mais lógicas e simples (como atesta, por exemplo, a
eliminação de dígrafos da ortografia atual), garantindo, paulatina e integralmente, a correspondência letra-som.
(E) O padrão ortográfico nacional passou, ao longo de dois séculos, por um processo de involução que o distanciou de
precisos parâmetros fonéticos e o aproximou de arbitrárias justificativas etimológicas.
29. Ilari e Basso (2006) observam que, assim como mudam os contextos e as línguas, as características típicas de um gênero textual
podem ser alteradas ao longo da história. Ainda que possa não se manifestar em textos atuais produzidos com a mesma finalidade, é
marcante no anúncio do Atheneo Rio-Clarence:
(A) a presença de traços de estilo que também podem ser encontrados em textos denominados "cartas".
(B) a antecipação de traços que se tornariam inerentes às peças publicitárias, como o caráter sintético dos textos.
(C) a exploração da função poética da linguagem por meio de recursos como o paralelismo sintático e a listagem caótica de
substantivos, que nele produzem singular efeito estético.
(D) o privilégio à apresentação de dados objetivos, como custos e condições de pagamento, que relega a segundo plano os
que dependem de avaliação, como instalações físicas e qualidade de ensino.
(E) a proposta de uma ação para o enunciatário: optar por alto dispêndio com afastamento, ou por baixo dispêndio com
proximidade.
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Atenção: O texto abaixo, recebido como anexo de um e-mail intitulado Assim, só morre quem quer, refere-se às questões de
números 30 a 34.
30. Tal como o texto do século XIX, este também pode ser classificado como “anúncio”. Permite agrupá-los sob um mesmo gênero
a circunstância de que:
(A) apresentam, com a mesma clareza e formalidade, a indicação do responsável pelas informações oferecidas, trazendo
confiabilidade ao leitor, potencial cliente.
(B) exploram precisamente os mesmos recursos, como o emprego de formas lingüísticas destinadas a estabelecer um vínculo
direto com o interlocutor.
(C) anunciam um certo produto, suas propriedades e o modo de adquiri-lo, com a intenção de levar o interlocutor a uma
determinada ação.
(D) mesclam passagens descritivas e trechos que buscam claro vínculo com o leitor, exemplificados pela apresentação das
características dos produtos e pelos julgamentos que os situam como úteis para o público-alvo.
(E) valem-se da concisão, da objetividade e da exploração de recursos estilísticos como o paralelismo sintático para
transformar a linguagem em poderosa ferramenta de persuasão.
31. Segundo Morais (Ortografia: ensinar e aprender), certos conhecimentos sobre o funcionamento da escrita alfabética são
desenvolvidos pelos indivíduos anteriormente ao momento em que eles passam a se apropriar dos padrões ortográficos.
Gradativamente, os aprendizes demonstram compreender, por exemplo,
I. que é preciso haver uma variedade interna nas grafias que usamos numa palavra; isto é, é preciso evitar que se repitam
sempre os mesmos caracteres;
II. qual é a forma das letras, a direção da escrita na linha e a orientação com que se escreve na folha de papel;
III. quais são as letras permitidas em nossa língua e em que seqüência elas podem ocorrer;
IV. que valores sonoros as letras podem assumir em nossa escrita.
A análise do anúncio de garrafada indica que seu redator domina os conhecimentos:
(A) I e II, apenas.
(B) I e III, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) III e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.
32. Com base na bibliografia que trata de questões de ensino da Língua Portuguesa, diz-se, corretamente, que o texto de José
Cosmo da Silva
(A) comprova as dificuldades do sistema educacional no que se refere à condução dos processos formais de alfabetização e
letramento, já que seu autor demonstra desconhecer os padrões ortográficos.
(B) revela que seu autor possui habilidades que lhe permitem inserir-se no contexto das práticas sociais com a linguagem
escrita.
(C) exemplifica o patamar máximo de domínio do letramento, processo de aprendizagem social e histórica da leitura e da
escrita em contextos informais e para fins utilitários.
(D) demonstra que as práticas escolares que envolvem a oralidade interferem negativamente no pleno desenvolvimento da
escrita, já que motivam mesclas dessas modalidades na atividade de produção de textos.
(E) atesta que a aquisição da linguagem escrita pelo autor deu-se em ambiente escolar que visou à sua formação integral e
não apenas ao desenvolvimento de habilidades adequadas aos usos socialmente aceitos da modalidade escrita da língua.
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33. A compreensão do fenômeno da variação lingüística, tal como exposto em A língua de Eulália, de Marcos Bagno, autoriza
dizer, acerca do anúncio de garrafada, que
(A) a palavra enflamação faz clara referência a “câncer” e ilustra um conhecido tabu lingüístico existente entre as classes
populares da zona rural do Brasil.
(B) preserva formas arcaicas do Português do Brasil (como menopalsa e enflamação), característica comum às variedades
rurais e isoladas da língua.
(C) as formas de registro gráfico das palavras empregadas permitem exemplificar alguns processos comuns em certas
variedades da língua, como os sugeridos em prosta, grastite, disgasto, levantá.
(D) contém desvios ortográficos que sugerem a criação artificial do texto, já que eles não se identificam com fenômenos
verificáveis nas variedades existentes no Português do Brasil.
(E) exemplifica o fenômeno de variação diatópica, pois contrasta usos característicos de distintas regiões do país.
34. De acordo com Possenti (Por que (não) ensinar gramática na escola) e Morais (Ortografia), no contexto escolar, a atitude
mais adequada ao educador que se deparasse com produções como a do anúncio seria a de
(A) ignorar as irregularidades ortográficas apresentadas, já que este é um domínio periférico da língua e os objetivos
comunicativos foram plenamente atingidos. Cabe à escola respeitar a diversidade, onde quer que ela se manifeste.
(B) valer-se do conhecimento já demonstrado pelo aprendiz para introduzi-lo nos usos da língua considerados padrão. É
função da escola, no que se refere à língua, ensinar a norma padrão ou criar condições para que ela seja aprendida.
(C) efetuar as correções, ressaltando que a grafia incorreta é um índice inequívoco de baixo nível cultural e, portanto, fator
condicionante da discriminação social. A escola deve preparar os seus egressos para atuar em uma sociedade
competitiva.
(D) empregar mecanismos que garantam a fixação das regras subjacentes ao padrão ortográfico nacional, que, por se tratar
de convenção, deve ter seus mecanismos reforçados pela repetição e pela memorização. A escola deve manter seu
compromisso com a difusão de conhecimentos historicamente construídos.
(E) conduzir o educando à leitura dos textos clássicos da língua, escritos em conformidade com a norma culta. Esse contato
proporcionará, natural e progressivamente, a construção dos modos de representação ortográfica vigentes no país, sem
que o processo represente traumas. A escola deve abolir os mecanismos de opressão que a têm caracterizado.
Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 35 a 38.
Mentiras
1
5
Lili vive no mundo do Faz-de-conta... Faz de conta que isto é um avião. Zzzzuuu... Depois aterrissou em piquê e virou
trem. Tuc tuc tuc tuc... Entrou pelo túnel, chispando. Mas debaixo da mesa havia bandidos. Pum! Pum! Pum! O trem
descarrilou. E o mocinho? Onde é que está o mocinho! Meu Deus! onde é que está o mocinho?! No auge da confusão,
levaram Lili para a cama, à força. E o trem ficou tristemente derrubado no chão, fazendo de conta que era mesmo uma lata de
sardinha.
(Mário Quintana, Lili inventa o mundo, 2005)
35. O leitor-ouvinte, em sua ação receptivo-interpretativa, aciona estratégias cognitivas para compensar prováveis lacunas de
superfície do texto. São cálculos mentais, responsáveis pela formulação de inferências e/ou pressuposições que esclarecem
aquilo que, na materialidade do enunciado, se encontra implícito. Considerada essa perspectiva teórica, assinale a alternativa
correta acerca de Mentiras.
(A) O fato de o leitor inferir que Lili é uma criança decorre de uma dedução lógica: “Somente as crianças vivem no mundo da
fantasia. Lili vive no mundo da fantasia. Portanto, Lili é uma criança”.
(B) A idéia implícita de que Lili é uma criança decorre, especialmente, dos seguintes índices textuais: a referência a Mentiras,
o próprio apelido da personagem e as expressões onomatopéicas.
(C) A oração Mas debaixo da mesa havia bandidos (linha 2) é um índice textual, necessário e suficiente, para o leitor
pressupor que Lili estava brincando sobre a mesa da sala.
(D) A expressão No auge da confusão (linha 3) tem seu sentido restrito ao fato, implícito, de Lili ter manifestado
insistentemente a seus pais o desejo de continuar brincando.
(E) O pronome demonstrativo isto (linha 1), no contexto, pode também ser considerado elemento catafórico de (re)ativação de
referente, na medida em que sugere ao leitor que Lili brincava com uma lata de sardinha.
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36. Uma análise da materialidade do texto autoriza afirmar que
(A) a ausência de recursos formais destinados ao estabelecimento de contraste entre realidade e fantasia gera indistinção
entre esses dois domínios e, por conseqüência, a impossibilidade de determinar em qual desses lugares enunciativos a
personagem se situa para produzir suas falas.
(B) o percurso orientado pela seqüência isto-avião-trem conduz a progressivo aprofundamento da abstração proposta pela
brincadeira infantil: a cada ocorrência, aumenta o grau de afastamento do objeto real inicialmente considerado.
(C) a última frase do texto manifesta que o narrador adere ao universo construído pelo imaginário da personagem.
(D) o uso de levaram e à força (linha 4) indicia, nessa narrativa, o necessário triunfo da verdade sobre as mentiras.
(E) a inicial maiúscula e os hífens em Faz-de-conta criam, por meio do processo tradicionalmente conhecido como composição
por justaposição, um nome próprio que constitui a única referência a espaço na narrativa.
37. Ao significado mais comum de um elemento coesivo pode associar-se, num dado contexto verbal, outro traço de sentido. Assim,
segmentos coordenados por adição, por exemplo, podem incorporar relação de outra natureza, como de causa-conseqüência.
O enunciado que confirma as idéias acima é:
(A) Faz de conta que isto é um avião.
(B) Meu Deus! onde é que está o mocinho?
(C) Mas debaixo da mesa havia bandidos.
(D) O trem descarrilou. E o mocinho?
(E) E o trem ficou tristemente derrubado no chão [...].
38. Outro expediente lingüístico para mostrar diferentes vozes bem demarcadas no texto são o discurso direto e o indireto. [...] Há
procedimentos lingüísticos que servem para mostrar diferentes vozes no texto, mas que não demarcam com precisão o limite
entre elas. Um deles é o discurso indireto livre.
(Platão e Fiorin, Lições de texto: leitura e redação, 1996)
Consideradas as proposições acima, afirma-se corretamente que, no texto de Mário Quintana,
(A) o discurso do narrador incorpora o discurso de Lili, por meio dos recursos formais típicos do discurso direto, fato que
permite ao leitor distinguir nitidamente as duas perspectivas enunciativas.
(B) o discurso da personagem comparece na forma característica de um discurso indireto, integrando-se ao discurso do
narrador; essa fusão, contudo, mantém autônomas as duas enunciações.
(C) duas estratégias de citação, o discurso direto e o indireto, estão presentes. As onomatopéias, manifestações da
personagem, exemplificam o uso do discurso direto; frases que exteriorizam o pensamento de Lili (Mas debaixo da mesa
havia bandidos, por exemplo) exemplificam o discurso indireto.
(D) a voz do narrador incorpora, por meio do discurso indireto livre, enunciados da personagem Lili. Essa incorporação produz
uma ambígua enunciação: há trechos em que prevalece o discurso do narrador sobre o da personagem e há trechos em
que a voz narrativa assume a perspectiva da criança.
(E) a presença do discurso indireto livre, fusão do discurso direto com o indireto, instaura uma alternância de perspectivas,
sem que haja, contudo, a incorporação da perspectiva da personagem ao discurso do narrador.
Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 39 a 42.
Solar
Minha mãe cozinhava exatamente:
arroz, feijão roxinho, molho de batatinhas.
Mas cantava.
(Adélia Prado, Poesia reunida, 1996)
39. Levando em consideração os efeitos de sentido produzidos pelo poema de Adélia Prado, é correto afirmar:
(A) Reconhece-se no texto uma dupla enunciação: nos dois primeiros versos tem-se uma voz que desvaloriza explicitamente a
atividade doméstica; no terceiro, uma outra voz que relativiza essa desvalorização.
(B) No poema, a voz lírica dialoga, polemicamente, com um discurso estereotipado sobre a condição da mulher, valorizando,
na contramão de uma ideologia nem sempre isenta de preconceitos, um modo de a mulher assumir a atividade doméstica.
(C) Um dos efeitos do título no texto é o estabelecimento de um tom irônico produzido pela voz lírica que, assumindo valores
da mulher moderna, questiona a competência da dona de casa, que é, ao mesmo tempo “só lar” e Solar.
(D) O poema evidencia um contraste ideológico, representado por duas vozes distintas que polemizam sobre a condição da
mulher: uma incorporando o universo feminino da geração anterior e a outra incorporando o universo feminino da geração
atual.
(E) Criticando a mulher do passado, a voz lírica se impõe, lacônica e precisa, valendo-se de linguagem objetiva para angariar
credibilidade, como prova o emprego do advérbio exatamente.
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40. Os enunciados que compõem Solar têm como referência um aspecto corriqueiro da vida familiar e apresentam não só um léxico
bastante comum, como também uma organização sintática muito simples. Poderiam estar presentes, por exemplo, numa
situação de conversa familiar, configurando, assim, outro gênero discursivo (Bakhtin 2003). Entretanto, apresentam-se como
poema. Considere os seguintes argumentos que poderiam ser apontados como justificativa para esse enquadramento.
I. Os enunciados configuram uma unidade textual específica, dentro de uma unidade maior, representada por um objeto de
cultura, que se insere numa circunstância de comunicação mais complexa.
II. Os enunciados submetem-se a uma configuração espacial típica (versos), cujo efeito, entre outros, é orientar o ritmo da
leitura.
III. Os enunciados integram-se ao título, elemento estrutural que, além de anunciar uma composição literária, potencializa o
processo de significação.
IV. O valor de verdade do universo construído pelos enunciados não está na relação de veracidade com os dados imediatos
da experiência, mas situa-se na esfera da verossimilhança.
São válidos os argumentos
(A) I e II, apenas.
(B) II, III e IV, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) I, III e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.
41. Considerando que os marcadores de coesão exercem função primordial na construção dos sentidos dos textos (Koch 1998),
assinale a alternativa correta acerca de Solar.
(A) O operador argumentativo que inicia o terceiro verso estabelece uma relação de oposição com o enunciado explícito
configurado pelos versos anteriores, fazendo prevalecer a orientação discursiva presente no primeiro enunciado.
(B) A elipse do operador argumentativo que inicia o terceiro verso não prejudicaria nem a correção gramatical nem a
orientação discursiva, já que é possível, em Língua Portuguesa, construção do tipo “Estudou. Não foi aprovado”.
(C) Uma paráfrase estrutural do texto, que se iniciasse com “Apesar de cozinhar ...”, estaria correta do ponto de vista
gramatical, mas deslocaria a orientação discursiva para o enunciado que contivesse o elemento de coesão.
(D) A contrajunção estabelecida entre os enunciados do poema implica os respectivos sentidos implícitos, como ocorre, por
exemplo, em “Depois de arrumar as malas, Inês aproximou-se da janela. Mas a chuva forte continuava”.
(E) A eliminação dos dois pontos do verso 1 e a substituição do ponto final do verso 2 por uma vírgula manteria a correção
gramatical do texto, mas alteraria sua configuração sintática e, portanto, a função do operador argumentativo.
42. Pode-se colocar que a palavra existe para o locutor sob três aspectos: como palavra neutra da língua e que não pertence a
ninguém; como palavra do outro pertencente aos outros e que preenche o eco dos enunciados alheios; e, finalmente, como
palavra minha, pois, na medida em que uso essa palavra numa determinada situação, com uma intenção discursiva, ela já se
impregnou de minha expressividade.
(Bakhtin, Os gêneros do discurso, 1992)
De acordo com o enfoque teórico acima, é correto afirmar que as três unidades presentes no segundo verso do poema Solar
(A) correspondem a uma seleção lexical que exemplifica, na terminologia de Bakhtin, a palavra neutra da língua, isto é, a
palavra em situação de dicionário, isenta, portanto, de intencionalidade.
(B) assumem não apenas os significados que lhe são próprios, mas também − como palavra do outro – os valores específicos
da cultura brasileira, redimensionados pela intencionalidade da voz lírica.
(C) abandonam seus significados de origem que as caracterizam como palavra do outro para incorporar, na específica
enunciação, sugestões semânticas expressivas que individualizam a autora Adélia Prado.
(D) perdem o vínculo com seu campo semântico específico, o da alimentação, para constituir um outro que, marcado pela
intencionalidade do enunciador, poderia, no contexto, ser caracterizado como lembranças da infância.
(E) absorvem a intencionalidade da autoria, por estarem inseridas num contexto verbal específico, desqualificando não só
valores ideológicos da comunidade, como também seu sentido denotativo.
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Atenção: Considere os textos abaixo para responder às questões de números 43 a 46.
1
Bonde
O transatlântico mesclado
Dlendlena e esguicha luz
Postretutas e famias sacolejam
(Oswald de Andrade, Poesias reunidas, 1976)
1
5
Bonde
Solteiro, comerciário, ele se desespera na fila das seis da tarde. Na meia hora de vida roubada por esse bonde, José
podia ter feito grandes coisas: beber rum da Jamaica, beijar Mercedes, saquear uma ilha. Pula de um pé no outro, impaciente
de assumir o seu posto no mundo, assim que o bonde chegue – o navio fantasma fundeia nos verdes olhos. [...]
– Seu moço, para onde vai esse bonde?
– Por cem milhões de percevejos fedorentos!
Bom rapaz, não praguejou feito um excomungado lobo-do-mar, e deu a rota de sua fragata. [...]
(Dalton Trevisan, apud Alfredo Bosi (Org.), O conto brasileiro contemporâneo, 2004)
43. No texto literário, plurissignificativo por excelência, é comum a presença quer da metáfora (figura que se baseia em traços
significativos comuns a duas representações), quer da metonímia (figura que se apóia numa relação de contigüidade entre os
termos). Considerada a possiblidade dessas presenças, assinale a afirmação correta.
(A) Os textos de Oswald de Andrade e de Dalton Trevisan valem-se de expediente metafórico, ao estabelecerem relação de
analogia entre termos que designam realidades distintas: “bonde” e “navio”.
(B) No texto de Oswald de Andrade encontra-se exemplo típico de metáfora: ao elemento comparado (Transatlântico) são
transferidos semas do elemento metafórico (Bonde); essa configuração sintática explicita a semelhança entre eles.
(C) Na seqüência ter feito grandes coisas: beber num da Jamaica, beijar Mercedes, saquear uma ilha, os termos enumerados
constituem caso de metonímia, pelo fato de representarem particularizações do termo genérico grandes coisas.
(D) Em feito um excomungado lobo-do-mar (texto de Trevisan), tem-se exemplo de metáfora: o termo rapaz, elidido na frase, é
substituído por seu correspondente semântico excomungado lobo-do-mar, sem que esteja explícito nexo gramatical
responsável pela relação de interdependência entre eles.
(E) No poema de Oswald de Andrade, esguicha luz ilustra caso de metonímia: palavras de campos semânticos diferentes −
água e luminosidade − se organizam sintaticamente, permitindo o estabelecimento de relação por semelhanças.
44. I. Por razões tanto pedagógicas quanto científicas, é importante perceber que as formas e construções do português substandard
fazem parte de uma variedade de língua que tem uma gramática própria, e essa gramática permite uma
comunicação muito eficaz.
(Basso e Ilari, 2006)
II. [...] uma variedade lingüística ‘vale’ o que ‘valem’ na sociedade os seus falantes, isto é, vale como reflexo do poder e da
autoridade que eles têm nas relações econômicas e sociais.
(Geraldi, 2006)
Cotejando as afirmações dos pesquisadores com os registros lingüísticos presentes nos textos de Oswald de Andrade e Dalton
Trevisan, é correto afirmar:
(A) Tanto o poema quanto a narrativa se valem de construções típicas da norma culta da língua, embora aproveitem também
registros do português sub-standard, como, por exemplo, variantes lexicais (Postretutas) e expressões insultuosas (– Por
cem milhões de percevejos fedorentos!) que dão aos textos expressividade literária.
(B) No poema modernista, a presença de vocábulos do padrão sub-standard, como Postretutas e famias, confere a esses
registros um estatuto de padrão culto, na medida em que tais palavras são incorporadas a um gênero discursivo de
prestígio sociocultural: o literário.
(C) Os escritores de ficção, de um modo geral, em desrespeito à norma culta da língua, aproveitam expressões populares
que, usadas conotativamente, servem de valioso recurso expressivo na caracterização das personagens, expediente de
que se vale o contista para indiciar o nível socioeconômico de José.
(D) No poema Bonde, as formas Postretutas e famias, além de remeterem à diversidade de status social dos usuários do meio
de transporte, sugerem também a intenção do eu lírico em valorizar variedades lingüísticas do português sub-standard.
(E) Nem toda expressão que foge ao padrão culto da língua representa forma do português sub-standard; no poema, por
exemplo, Postretutas é um neologismo cuja formação não encontra equivalência em variedades da língua portuguesa.
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45. Levando em conta que os elementos constitutivos do texto literário se associam na produção de sentidos conotativos, considere
as afirmações que seguem.
I. No poema de Oswald de Andrade, o jogo estabelecido entre Postretutas e famias pode ter seu sentido associado a
mesclado, que, na superfície do texto, é qualificativo de transatlântico.
II. No relato de Trevisan, beber rum da Jamaica, navio fantasma, lobo-do-mar e fragata, ao constituírem referências
semânticas que revelam o imaginário de José, indiciam o temperamento rebelde e irascível da personagem.
III. Em Bonde, de Oswald de Andrade, “sacolejar”, além de remeter ao efeito do movimento do bonde no corpo dos
passageiros, pode ser também associado ao movimento que produziu, no corpo da linguagem, a alteração fonética em
Postretutas.
IV. O neologismo onomatopéico Dlendlena adquire, no poema de Oswald de Andrade, o valor de signo motivado.
É correto o que se afirma em
(A) I, II, III e IV.
(B) I, II e III, apenas.
(C) I, III e IV, apenas.
(D) I e IV, apenas.
(E) II e III, apenas.
46. Considerados os estudos atuais acerca da organização do texto, é correto afirmar:
(A) o último verso do poema de Oswald de Andrade exemplifica enunciado que, pela ausência de elemento coesivo explícito,
pode ocupar, indistintamente, qualquer posição no texto, sem prejuízo da orientação discursiva original.
(B) o conectivo presente no período formado pelos dois primeiros versos do poema de Oswald de Andrade exemplifica
seqüência em que a continuidade se dá no nível do sentido e não no nível das relações entre os constituintes lingüísticos.
(C) no texto de Dalton Trevisan, linha 1, esse bonde é exemplo de licença poética, pois a coesão pronominal que deveria
remeter a elemento já citado apóia-se em sentido metafórico que está sendo construído.
(D) Pula de um pé no outro, impaciente de assumir o seu posto no mundo, nas linhas 2 e 3 da narrativa, exemplifica seqüência
em que a continuidade se dá no nível do sentido, sem marcas lingüísticas de retomada de referente.
(E) as linhas 4 e 5 do relato exemplificam seqüência cuja continuidade se dá no nível do sentido, pois as perspectivas das
personagens não contam, na materialidade do texto, com elemento conjuntivo que as integre numa unidade mais ampla de
sentido.
Atenção: As questões de números 47 a 51 referem-se à tabela abaixo.
Um Jesus, dois perfis
Saiba até que ponto a tradição se choca com a arqueologia
Tradição Arqueologia
Data de Nascimento
Ano 1 Entre os anos 6 e 4 a.C., no final do reinado de Herodes.
Local de Nascimento
Belém Nazaré. Para os arqueólogos, a versão de que Jesus nasceu em Belém é uma
alegoria do Evangelho para ligá-lo ao rei Davi, natural dessa cidade.
Nível de Escolaridade
Alta, com capacidade de leitura e
interpretação de textos eruditos
Analfabeto, como a maioria dos camponeses – o que não o impediria de ter um
profundo conhecimento das tradições orais religiosas de seu tempo.
Religião Judaica Judaica
Círculo Familiar Filho único de Maria, concebido pelo
Espírito Santo.
Filho de Maria e José, cercado por vários irmãos. O próprio Evangelho faz
referência a irmãos de Jesus que, posteriormente, foram considerados “irmãos
de fé”.
Estado Civil Celibatário Apesar de não haver indício de que Jesus foi casado, os historiadores afirmam
que era natural que um líder religioso tivesse uma mulher.
Traços Físicos O Ocidente fixou sua imagem como a
de um europeu branco, em contraponto
aos muçulmanos, de pele
mais escura.
De acordo com os pesquisadores, Jesus teria uma feição semelhante à de um
árabe.
Morte De acordo com a tradição, a morte e a
ressurreição de Jesus estremeceram o
Império Romano na época.
Para os historiadores, se houvesse um jornal no dia seguinte à crucificação, a
morte de Jesus talvez nem fosse noticiada.
(Rodrigo Cavalcanti [com ilustração de Sattu]. Quem foi Jesus? 30 maiores mistérios da ciência, 2007)
47. A tabela está articulada em torno de duas perspectivas acerca de um mesmo tema. Sua leitura comprova
(A) a dissonância entre a voz da tradição e a voz da ciência arqueológica, embora seja possível identificar pontos de
convergência entre ambas.
(B) a predileção do enunciador pela versão arqueológica dos fatos, que é defendida como verdadeira, sem reservas.
(C) o poder de que o formato gráfico adotado dispõe para eliminar o caráter polêmico do assunto desenvolvido e dificultar a
percepção de um tom opinativo.
(D) o efeito de objetividade, produzido no texto pela organização em forma de itens, que acaba por minimizar o antagonismo
entre as visões justapostas.
(E) a intencionalidade do autor: demonstrar, por meio da oposição entre asserções diretas e asserções modalizadas, o maior
poder de persuasão do discurso da tradição em face do discurso científico.
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48. O leitor experiente tem duas características básicas que tornam sua leitura uma atividade consciente, reflexiva e intencional:
primeiro, ele lê porque tem algum objetivo em mente, isto é, sua leitura é realizada sabendo para que está lendo, e, segundo, ele
compreende o que lê [...].
(Angela Kleiman, Oficina de leitura: teoria e prática, 2004)
Uma leitura que tenha por meta a detecção de informações explicitamente assumidas pelas duas fontes de dados biográficos
permitirá compreender corretamente que
(A) Jesus foi casado e tinha profundo conhecimento das tradições religiosas orais de seu tempo.
(B) os jornais costumam noticiar os fatos de grande repercussão.
(C) a religião de Jesus é um aspecto não controverso de sua história.
(D) muçulmanos têm todos os mesmos traços fisionômicos.
(E) as ligações de Jesus com o rei Davi foram forjadas historicamente, com o fito de enobrecer as origens humildes do filho de
Maria.
49. As teorias contemporâneas do texto e do discurso consubstanciam a seguinte avaliação da tabela:
(A) Não se trata propriamente de um texto, já que lhe faltam um frame contextual, seqüencialidade entre as partes que a
constituem e uma autoria individual identificável.
(B) É um texto do tipo “colônia”, já que seus componentes podem ser reimpressos ou reutilizados em trabalhos subseqüentes
e uma seqüência alfabética o organiza.
(C) Pertence a um gênero que condiciona a leitura isolada de cada uma de suas partes e encontra no scaning, estratégia que
auxilia a identificação de informações específicas, o seu específico mecanismo de decodificação.
(D) É um texto cuja constituição gráfica proporciona flexibilidade à leitura: ela pode ser empreendida, com relativa autonomia,
a partir de distintos pontos e em diferentes direções.
(E) É um texto de que, calculadamente, foi subvertida a principal “marca de gênero”: saturou-se de palavras um formato
gráfico destinado à apresentação de dados numéricos.
50. Acerca da exploração de recursos lingüísticos na tabela, é correto afirmar:
(A) Considerada a linha Nível de escolaridade, foi estabelecida a concordância dessa expressão com a palavra Alta (mesma
linha, segunda coluna), sem que se tomasse por base o núcleo do sintagma nominal.
(B) Entre os dados apresentados nas linhas Religião e Traços físicos, estabelece-se uma contradição, que se dissipa com a
substituição das ocorrências da palavra Judaica (linha Religião) pela seguinte frase: “Mesmo sendo muçulmano, Jesus
professava a religião judaica”.
(C) A expressão até que ponto (subtítulo) introduz uma redefinição (ou correção) do conteúdo do enunciado precedente; esse
enunciado, por isso, tem a legitimidade de sua enunciação questionada.
(D) A forma verbal Saiba (subtítulo) introduz o pressuposto de que o leitor não dispõe de nenhuma das informações
apresentadas nos dois perfis biográficos traçados para Jesus.
(E) O termo Tradição é eufemismo empregado para referir as crendices populares e superstições que se difundiram sobre o
tema desde o Ano 1 de nossa era.
51. A análise correta de um aspecto lingüístico explorado na coluna Arqueologia é:
(A) Em o que não o impediria de ter um profundo conhecimento das tradições (linha Nível de escolaridade), a forma verbal
refere-se a um fato futuro em relação a outro do passado, isto é, indica que, algum tempo depois, Jesus viria a desenvolver
o referido conhecimento.
(B) Em irmãos de Jesus que [...] foram considerados irmãos de fé (linha Círculo familiar), a ausência de lexicalização do
agente da passiva evidencia que esta função sintática é desempenhada por Evangelho.
(C) A concessão expressa em Apesar de não haver indício... (linha Estado civil) explicita a discordância do autor em relação
ao discurso relatado que dá continuidade ao período.
(D) O uso de talvez (linha Morte), associado à específica estruturação do período, modaliza a refutação do dado assumido
como correto pela tradição.
(E) O fragmento se houvesse um jornal no dia seguinte à crucificação (linha Morte) confirma o que diz a tradição, por meio de
uma analogia hipotética.
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Atenção: As questões de números 52 a 55 reportam-se ao seguinte trecho da entrevista radiofônica conduzida, em julho de 2005,
por Heródoto Barbeiro e transmitida pela rádio CBN, de São Paulo. O entrevistado é o senador Jefferson Perez, do PDT
do Amazonas.
1
5
Locutor 1 [HB]: senador queria que o senhor conversasse um pouco com os nossos ouvintes quando o deputado Roberto
Jefferson disse ontem... eh e todos estavam lá prestando atenção... de que não há campanha pra senador que custe MENOS
de dois ou três MIlhões de reais... e que a média apresentada lá no tribunal de de contas... de prestação de contas era de
duzentos e cinqüenta mil reais aproximadamente... esses dados são dados reais?
Locutor 2 [JP]: eu eu::... diria que que no no geral sim eu diria que a regra é esta... e e::xistem as exceções eu da minha
parte eu eu nem me dei ao trabalho de contestar mas eu não tenho que provar nada todo todo mundo do Amazonas sabe que
as minhas campanhas... eleitorais são franciscanas mas eu acho acho que eu como a senadora Heloisa Helena... e poucos
mais são exceções... mas eh regra geral... é isso mesmo [...].
(Jahilda L. de Almeida e Wilda T. L. Gerab. Quo vadis, retoricidade? Estratégias interacionais e entrevistas
radiofônicas. In Dino Preti (Org.). Oralidade em diferentes discursos, 2006)
52. Considere as seguintes características atribuídas por Schneuwly e Dolz (2004) ao gênero “entrevista radiofônica”:
I. Consiste em fazer falar alguém sobre determinada questão, com o intuito de comunicar as informações fornecidas a
terceiros, que representam, supostamente, a demanda de informações.
II. Nela, o entrevistador organiza e orienta a interação: contextualiza, faz perguntas, suscita a palavra do outro.
III. A formulação e a utilização de intervenções rápidas pelo entrevistador permitem dar corpo, continuidade e retomar o tema
abordado pelo entrevistado, com novas questões e comentários.
IV. O desempenho dos participantes e as trocas aí implicadas pressupõem a presença (e o julgamento) do público.
O trecho de entrevista selecionado exemplifica as características apontadas APENAS em
(A) I, II e IV.
(B) III e IV.
(C) II, III e IV.
(D) I e II.
(E) I, II, III.
53. Na entrevista,
(A) a pergunta esses são dados reais? (linha 4) manifesta a convicção de que o entrevistado, como representante de uma
instituição, deve responsabilizar-se pelos fatos que nela ocorrem.
(B) a frase e todos estavam lá prestando atenção (linha 2) enfatiza o caráter de verdade imputado pelo entrevistador ao
próprio relato que elabora.
(C) o vínculo semântico entre os segmentos eu não tenho que provar nada e todo mundo no Amazonas sabe (linha 6) autoriza
a inserir a conjunção “como” entre eles, sem prejuízo do sentido original.
(D) o fragmento como a senadora Heloísa Helena (linha 7) introduz argumento de autoridade: palavras da alagoana passam a
fundamentar a defesa da lisura do senador.
(E) com o segmento são exceções (linha 8), o entrevistado confirma que ele e outros políticos realizam campanhas modestas,
embora também não condizentes com os custos declarados.
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54. Marcuschi (Da fala para a escrita 2001) assinala que
Uma das características da oralidade é a repetição, seja de itens lexicais, sintagmas, orações ou mesmo estruturas, gerando
construções paralelas em grande quantidade.
Na resposta do senador,
(A) as redundâncias constituem vícios da oralidade, mas não interferem no conteúdo informativo, posto que, desse ponto de
vista, o enunciado é direto e econômico.
(B) a eliminação das ocorrências do pronome eu acarretaria maior objetividade, já que, com esse procedimento, não restariam
marcas lingüísticas “egônicas”, isto é, que reportassem à primeira pessoa do singular.
(C) as formas acho acho (linha 7) exemplificam o processo morfológico conhecido como reduplicação, que, no contexto, visa
intensificar a carga semântica do verbo; o trecho equivale, portanto, a “eu realmente acho”.
(D) a conjunção mas (linhas 6 e 8) é um marcador interacional, sem função sintática definida; por isso, poderia ser suprimida,
sem prejuízo para o sentido da elocução.
(E) a repetição de palavras como eu eu::...; que que; no no (linha 5) sugere hesitação.
55. A análise da entrevista autoriza dizer que
(A) ela é campo fértil para o emprego de variantes estigmatizadas: tanto o entrevistado quanto o entrevistador saturam de
regionalismos suas falas.
(B) o formato dialogado dificulta a compreensão entre os locutores, o que se pode comprovar pela demora do entrevistado em
iniciar o seu turno.
(C) ela apresenta características tradicionalmente atribuídas aos textos escritos, tais como planejamento prévio, dialogismo,
funções interacionais, coerência, situacionalidade, intencionalidade, usos estratégicos da linguagem.
(D) a pergunta elaborada pelo entrevistador, por não ter contado com planejamento anterior, não mantém vínculo de coerência
com a contextualização que a antecede.
(E) a oralidade é um domínio caótico da linguagem, marcado pela imprecisão, pelos usos equivocados da língua e pela
ausência de procedimentos argumentativos.
Atenção: As questões de números 56 a 60 baseiam-se no texto abaixo.
1
5
10
Ler em voz alta, ler em silêncio, ser capaz de carregar na mente bibliotecas íntimas de palavras lembradas são aptidões
espantosas que adquirimos por meios incertos. Todavia, antes que essas aptidões possam ser adquiridas, o leitor precisa
aprender a capacidade básica de reconhecer os signos comuns pelos quais uma sociedade escolheu comunicar-se: em
outras palavras, o leitor precisa aprender a ler. Claude Lévi-Strauss conta-nos que no Brasil, durante sua temporada entre os
nhambiquaras, ao vê-lo escrever, eles pegaram o lápis e o papel, desenharam rabiscos imitando a escrita e pediram-lhe que
“lesse” o que tinham escrito. Os nhambiquaras esperavam que seus rabiscos fossem tão imediatamente significantes para
Lévi-Strauss quanto os que ele mesmo fizera. Para o antropólogo, que aprendera a ler numa escola européia, a noção de que
um sistema de comunicação pudesse ser imediatamente compreensível a qualquer outra pessoa parecia absurda. Os
métodos pelos quais aprendemos a ler não só encarnam as convenções de nossa sociedade em relação à alfabetização − a
canalização da informação, as hierarquias de conhecimento e poder −, como também determinam e limitam as formas pelas
quais nossa capacidade de ler é posta em uso.
(Alberto Manguel, Uma história da leitura, 2006)
56. De acordo com o texto,
(A) as ações que envolvem a capacidade de leitura destacam-se por seu caráter inusitado, embora se baseiem em uma
operação cognitiva simples.
(B) a alfabetização determina os valores sociais que serão incorporados ou refutados por uma sociedade que dispõe de um
sistema de escrita.
(C) a escolarização tradicional a que foi submetido Lévi-Strauss impedia-o de compreender que as correlações entre oralidade
e escrita se estabelecem convencionalmente.
(D) os nhambiquaras atribuíam poderes divinatórios ao antropólogo francês, na medida em que nele reconheciam o dom de
decifrar qualquer espécie de representação simbólica.
(E) as aptidões advindas da capacidade de ler pressupõem que se compartilhem valores historicamente estabelecidos por
uma comunidade.
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57. Considerados os efeitos de sentido produzidos no texto, é correto o que se afirma em:
(A) O uso de conta-nos (linha 4) cria uma solidariedade entre enunciador e enunciatário, tanto pela utilização do pronome
quanto pela seleção de um verbo que, à diferença de “relatar” ou “informar”, sugere interação verbal próxima e informal.
(B) O emprego das formas verbais fizera e aprendera (linha 7) reportam o leitor a um mesmo período do passado: o que
antecedeu a convivência de Lévi-Strauss com os nhambiquaras.
(C) No período iniciado por Os métodos pelos quais... (linhas 8 e 9), o emprego do presente demarca que a avaliação feita
nesse trecho é válida para os dias atuais e não para aqueles em que se deu a experiência de Lévi-Strauss com os
nhambiquaras.
(D) Na linha 2, a alternância entre a primeira pessoa (adquirimos) e a terceira (precisa) traduz a pressuposição de que o leitor
do texto de Manguel seja proficiente em leitura, ao contrário do aprendiz referido como o leitor.
(E) Em “lesse” (linha 6), o simultâneo emprego de subjuntivo e de aspas revela a concepção de que textos pictóricos, como os
desenhos, não são exatamente lidos, mas decodificados por meio de outros processos cognitivos.
58. Do ponto de vista da coesão textual, é correto afirmar:
(A) (linha 1) o trecho carregar na mente bibliotecas íntimas de palavras lembradas pode ser finalizado na palavra destacada,
pois os itens lexicais restantes constituem mera redundância dos conteúdos já expressos.
(B) (linha 4) a referência temporal estabelecida por durante seria mantida com sua substituição por “ao longo de toda a”.
(C) (linhas 6 e 7) a expressão tão... quanto permite atribuir idêntica relevância aos termos aproximados.
(D) (linhas 3 e 4) em outras palavras introduz paráfrase que expressa uma concepção mais contemporânea do fenômeno
anteriormente descrito.
(E) (linhas 2 a 3) há, nessa ordem, relação entre uma causa e seu efeito no trecho antes que essas aptidões possam ser
adquiridas, o leitor precisa aprender a capacidade básica de reconhecer os signos comuns.
59. Considerado o contexto, é correta a seguinte equivalência semântica:
(A) (linha 8) a qualquer outra pessoa / a outro alguém, que não ele.
(B) (linha 3) a capacidade básica de reconhecer os signos comuns / a singela dotação de identificar os signos mais
corriqueiros.
(C) (linha 6) tão imediatamente significantes / demasiada e diretamente relevantes.
(D) (linha 9) encarnam as convenções de nossa sociedade / incorporam os acordos prévios de nossa organização social.
(E) (linha 8) ser imediatamente compreensível / ser entendida sem intermediação de um intérprete.
60. Dentre as propostas abaixo, a alteração na seqüência lingüística que NÃO prejudica a unidade significativa global do texto é:
(A) (linha 5) ao vê-lo escrever / supondo vê-lo escrever.
(B) (linha 5) imitando a escrita / tentando semelhá-los aos traços registrados pelo antropólogo.
(C) (linha 6) o que tinham escrito / que haviam representado no seu sistema lingüístico.
(D) (linha 7) quanto os que ele mesmo fizera / quanto aqueles traços que reconheceram como signos.
(E) (linha 8) pudesse ser imediatamente compreensível a qualquer outra pessoa/ chegasse a ser-lhes compreensível.
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QUESTÕES DISSERTATIVAS
Considerando-se a Bibliografia indicada, responda e justifique as questões.
Questão 1
Luís, aluno do último ano do Ciclo I, tem um ritmo de trabalho lento e os colegas de classe caçoam dele. A Professora Miriam
propõe o trabalho em grupo como alternativa de inclusão de Luís, pois acredita que assim ele responderá com maior rapidez aos
desafios pedagógicos propostos à turma.
Essa decisão pedagógica está correta?
Questão 2
Professor Eugênio − professor de Geografia do Ciclo II do ensino fundamental e bastante experiente − propôs, em sala de aula,
pela 3a aula consecutiva, uma atividade de cópia de exercícios de um livro, na lousa, porém verificou que alguns alunos ficavam
brincando, atrapalhando os outros. Ele chamou a atenção deles por cinco vezes. Como não foi atendido, mandou que eles se
retirassem da sala de aula.
A atitude do Professor foi correta?
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Questão 3
Carmem, professora recém-ingressa na rede municipal de ensino de São Paulo escolheu uma escola que possuía classes de
Educação de Jovens e alunos (EJA) para iniciar sua prática docente. Para conhecer melhor seus alunos, propôs que eles realizassem
a seguinte operação: 248 + 248.
Parte dos alunos iniciou a tarefa armando a conta e procurando resolvê-la. Mas, cinco alunos anotaram, simplesmente, no caderno a
resposta: 496
A Professora, perguntou ao grupo como eles obtiveram a resposta e um deles, respondeu:
− Professora: 248 é quase 250, só faltam 2. Então, fiz 250 + 250 que é igual a 500 e, depois, tirei 4 ( 2 + 2 que faltavam) e aí deu
496.
Como você analisa esta situação?
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